30 de dezembro de 2014

Clube das Desapaixonadas

30 de dezembro de 2014
Resenha: Clube das Desapaixonadas




Título: Clube das Desapaixonadas
Autora: Mariana Mello Sgambato
Editora: Novo Romance
Nº de Páginas: 204

Três amigas já estão cansadas de se envolver em decepções amorosas! A romântica Leila sempre se envolveu com rapazes que fogem de compromisso, já Drica, descobriu que seu noivo tinha uma amante e a festeira Ruth desistiu do príncipe encantado de tanto ouvir “eu te amo” falsos. Juntas elas formam o “Clube das Desapaixonadas”, um blog de comportamento para falar mal das manias machistas dos homens que faz sucesso imediato e as leva para um mundo de festas luxuosas, celebridades e pegação. Por quanto tempo elas conseguirão manter a premissa de que mais vale se divertir com os caras errados do que procurar o homem certo?


 Leila é nossa narradora fantástica, ganhando participação de Fabricio no final. Eu não diria que ela é uma mulher normal, pois se sente deslocada, excluída, menos do que suas amigas, Ruth e Drica. Tudo que ela queria era ser como elas - no entanto ela descobre que, depois o jogo vira - ser totalmente independente, segura de si, desencanada, assim como suas duas amigas.
Após muitas desilusões, todas juntas decidem criar um blog, o Clube das Desapaixonadas, onde elas dividirão com o púbico todas suas experiências e é claro que tem regras, basicamente é: Tratar os homens da mesma forma como eles tratam-nas, menosprezando-os e usando-os. Mas Leila nunca deixa de ter sua veia romântica, não consegue ser uma mulher diferente do que era, má, não consegue fazer com eles o mesmo que fazem com elas...E então quando ela faz, digamos que se arrepende no ato, mas demora a admitir...
É claro que o livro é mega engraçado e merece uma mega continuação, seu gostinho de quero mais fica em evidencia e não vai ser fácil esquecer deste livro, é realmente incrível .


Quotes: 

(...) – Relaxa, eu tirei o ferrão. – Ele diz e me puxa de novo. – Odeio essas lixeiras cheias de abelha.
Ódio pode unir pessoas? Nesse exato momento sinto como se odiar lixeiras com abelhas pudesse fazer as duas pessoas amigas, ou coisa do tipo. Me condeno imediatamente por esse pensamento: eu estou muito carente. Esse é o meu problema. (...)

(...) A Ruth sempre adorou dançar e estava se acabando na pista dançando com um grupo desconhecido de garotos e garotas. Era até engraçado! Um rapaz se aproximou dela, muito bonito e ela acabou se enlaçando com ele aos beijos. (...)

(...) Então eu não aguentei:
- Você e a Drica brigaram?
- Pra variar.
Ué. Isso soou estranho aos meus ouvidos. A Drica vivia dizendo que eles não brigavam, que se favam bem, que se amavam e que depois da faculdade eles iam se casar. Dava até uma invejinha, já que eu tinha tudo isso antigamente e depois da mudança tudo se acabou. Era uma espécie de inveja branca, mas eu estava sempre me comparando a ela...Drica era feliz e tinha tudo o que queria. E eu não! (...)

(...) Deve ser realmente um drama e algo totalmente irreversível, pense bem, não tem volta um lance desses! Não dá pra fingir que não aconteceu e seguir em frente com a relação. Você é uma mulher  e ele gosta de homens, não vai “se apaixonar” e muito menos “aprender a amar” da forma mais morna possível.
E na boa, ninguém quer namorar ou amar da forma morna. Acho que é isso que dói mais. (...)


 (...) Sabe, nem os casais que se dizem mais felizes escapam daquele momento em que o homem pede uma cerveja e é a mulher que levanta a bunda do sofá e vai buscar. Em alguma casa, com certeza a mulher pede o homem busca, mas acho que deve ser exceção, já que o mundo é todo machista e se a gente fala alguma coisa sobre isso já somos taxadas de reacionárias ou comparadas àquelas ativistas sem sutiã que chamam atenção  na rua sem perceber que no fundo, utilizam-se dos recursos que combatem para fazer a voz ativa. (...)

(...) Não sei a resposta para essa questão, acho que os homens só tem coração quando te amam, o que deve acontecer apenas uma vez na vida de um homem, ao contrário de nós mulheres.
- A Leila devia ter feito jornalismo também. – Escuto a voz de Bernardo me puxando de volta a realidade e olho para ele... (...)

(...) Escuto as coisas terríveis que elas têm pra falar de mim.
Recosto-me  na pia e solto um suspiro dolorido. É como ser picada por abelhas, mas as ferroadas das melhores amigas doem mais. Será que eu devia desistir da vida de blogueira, jornalista e celebridade juvenil? Tenho vontade de chorar e desejo poder ver um hipopótamo, embora acho que nem o hipopótamo me deixaria feliz. Sinto saudades do Fabricio e me sinto tão perdida. (...)

(...) Ele me deita no sofá e tira minha camiseta, eu puxo a dele também. Sinto sua língua percorrer meu ombro e pescoço enquanto arranho suas costas largas. O Fabricio é um amante incrível, mas o melhor é que apesar de nos colarmos com força. Ele é suave, me toca gentilmente e ao mesmo tempo, com desejo. (...)

(...) Ele segura em minha cintura e me puxa, para um beijo na boca. É um beijo com gosto de passado, lábios frescos. Meu coração acelera exatamente do mesmo jeito como foi a primeira vez. Um beijo de boca quente e macia. Nos beijamos para valer, uma espécie de abraço/amasso...um beijo que me fez perceber que eu estava errada.
- Foi irmão suficiente para você? – Ele sussurra e meus joelhos amolecem. Bernardo me beija de um jeito que eu me sinto desejada e ao mesmo tempo protegida. Não e um beijo sem sentimentos e é algo que me deixa fora de orbita, sem conseguir pensar, com adrenalina demais nas minhas veias. (...)

(...) Amigas. Elas fazem isso por você. Te impedem de cometer o pior erro da sua vida. Eu me troco voando! O Bernardo é o homem da minha vida, eu o amo e não quero deixar ele ir embora desse país. Eu só espero que não seja tarde demais para impedi-lo. (...)

(...) – Amor não é posse. Amor é algo muito maior e mais etéreo. Tem a ver com ser feliz através da felicidade do outro, não é egoísta. Se você a ama de verdade, deixe ela ser feliz com o Bernardo. (...)

O livro é maravilhoso, mas ainda acho que faltava algo no final, pensei que teríamos mais respostas, que cada personagem teria o seu fim definitivo, alcançaria seu sonho/desejo – ou qualquer outra coisa que na historia inteira eles estivessem a procurar – no entanto só houveram mais perguntas sem respostas – enquanto outras foram respondidas – por isso acho que faltou algo, mas a forma como terminou não tira a essência e nem a beleza do fim surpreendente. Os personagens e o enredo são bem criados, trabalhados e desenvolvidos, muito legal... É um livro de leitura rápida – mas eu enrolei pra ler mesmo -  fácil e apaixonante!
Cada linha te faz continuar em frente – lendo – porque cada palavra, cada personagem cativa da sua forma, uns mais, outros menos...
Gostei da criatividade da autora para criar coisas que eram essenciais para a história, exemplo: Blog: Clube das Desapaixonadas – fora que é muito instigante muitas coisas no livro. - O jeito de abordar todas as situações...de tirar sorrisos dos leitores, lagrimas e até o sentimento de ódio me surpreendeu...
Gostei das situações que a autora fez com que a personagem vivesse... ainda mais aquelas sobre amizade... das quais ela se envolve com pessoas que não são suas “amigas” – as amizades “erradas” - ...ou quando ela pensa ter amigas e acaba sofrendo com isso, vendo que se enganou totalmente... (Toda amizade tem dupla personalidade, seja a melhor amiga/amigo do mundo...sempre vai haver momentos de desavença, inveja, amor, reconciliação...) Ou quando ela acaba ficando com um “amigo” conhecido há muito tempo. Algumas coisas que muita gente pode se identificar...
 O sentimento de “vingança” das blogueiras também foi bem trabalhado, tanto que chegou a me divertir e levou as personagens para lugares que nunca imaginariam que estivessem um dia!

(...) – Como deveríamos nos chamar? Tinha que ser algo como aquele filme super da hora que as mulheres se divorciam e armam uma vingança com os ex-maridos! – Ruth tentou pensar em algo.
Mas foi na minha cabeça que a ideia surgiu.
- Clube das Desapaixonadas. – Falei, com toda a amargura que eu sentia no meu coração. (...)


O personagem que eu mais gostei foi o Fabricio, porque mesmo com os erros dele, ele tenta acertar, se convence do que realmente quer e corre atrás, ele é focado! E isso me deixou muito admirada.
Por issom sou #TEAMFABRICIOEVER! Acredito que todas que lerem este livro, dirão que preferem o Fabrício, e eu como leitora e blogueira, digo que prefiro também. 

Enfim, super indico!
Livro maravilhoso.

Beijos.




----*Teh----

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